30 de abr. de 2012

O tempo, que a tudo distorce,
às vezes alisa, conserta,
e a golpes cegos acerta:

em seu tosco código Morse
de instantes sem rumo e roteiro
então dá forma a algo de inteiro.

Não um verso, que em folha esquiva
a gente retoca e remenda
até ser coisa que se entenda,

mas algo que na carne viva
se esboça, se traça, se inscreve
bem mais a fundo, ainda que breve -

pois todo poema é murmúrio
frente ao amor e sua fúria.

Envoi - Paulo Henriques Britto

Um comentário:

  1. Tempo, tempo...
    Em sua vasta sabedoria, deixe-o passar.

    Somente ele, tem as respostas de todas as perguntas.


    Beijos!

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