2 de jan. de 2013

silente


     Quantas palavras cabem em um último suspiro? Infinitas e muito poucas. Infinitas e muito poucas...(silente)
Encontrei com a escrita do Renato através do site Amálgama. Confesso que meu interesse em ler se deu pelo fato dele ser Psicanalista. A Psicanálise me acolheu em um momento da minha vida e eu me rendi. 
Li dia desses que a psicanálise e a literatura são artes de encontros entre as pessoas, que lidam com a emoção de cada uma delas.
De cara simpatizei com seus textos e desde então tenho acompanhado. Virei fã. Primeiro livro do Renato que li, foi o recém nascido silente. Tenho uma preferência especial pelos contos, porque a leitura flui e sobretudo pela gama de histórias e personagens inseridas em um único livro. 
Pra mim a leitura do silente fez jus ao nome, no primeiro momento. Ao final precisei de um tempo, em silêncio, acomodando várias coisas dentro de mim. Depois, a sensação é de que as histórias e as personagens começam a gritar em ti (contigo?). Primeiro tu devoras, só depois começa degustar a leitura. Me encantou também a riqueza dos detalhes. 
Em nenhum momento pensei no Renato psicanalista.
A escrita é uma confissão muitas vezes. Mas mesmo conhecendo muito pouco ainda, o        Renato das resenhas e dos textos mais técnicos é, pra mim, diferente do Renato contista.            
No silente tu te vês meio perdido entre ficção e realidade ou no realismo da ficção. 
A psicanálise se aproxima muito da literatura e da arte, mas não como as outras, é a arte da vida.
Talvez a relação com a psicanálise esteja na sensibilidade em retratar o humano. Me parece que a escrita do Renato revela muito disso. Tecnicamente não me atrevo a expressar nada. Sou leiga no assunto. Mas sobre a vida arrisco alguns palpites.
silente revela o humano como quem se despe. É assustadoramente surpreendente.

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