16 de dez. de 2013


vendo um homem rodar impacientemente, a atendente pergunta:
- procura algum livro em especial?
ele diz: - sim, um do Philip Roth.
- qual seria?
- é...um..."síndrome de alguma coisa"
- síndrome? ela pergunta meio desconfiada.
- sim, ele insiste, "síndrome de alguma coisa", do Philip Roth.
minha língua foi mais rápida e meio sem jeito, digo: desculpa me meter, mas já...não seria "Complexo de Portnoy?". 

eles me olham com olhos sorridentes.
e ele diz: sim, esse mesmo. muito bom né?
(e eu pensei...a síndrome ou o complexo?)
na dúvida dei um "sorrisinho monalístico". até pensei em indicar pra ele o meu preferido (mesmo não tendo lido todos), que é "Patrimônio", mas só me vinha "Indignação" à cabeça (talvez na da atendente também).
no final ele foi embora sem livro nenhum. a atendente me toca no ombro como um gesto de agradecimento e eu segui viagem. e daí lembrei da emoção que "Patrimônio" me causou e de como pode ser difícil a vida de um atendente de livrarias, principalmente as vésperas de algumas "complexadas síndromes natalinas".

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